As instituições de ensino superior precisam se distanciar da abordagem no sentido do maior e do melhor e adotar um posicionamento em favor de uma nova realidade econômica, focando naquilo que sabem fazer de melhor. (Len Schlesinger[1])No primeiro semestre do ano passado, a mídia divulgou projeto pioneiro em educação proposto pelo Instituto Minerva (EUA) – a Universidade Minerva – com o propósito de convocar os alunos a colocar suas mochilas nas costas e a vagar pelo mundo para aprimorar o conhecimento e promover incursões visando interiorizar experiências e vivências internacionais. Esta forma de atuação que as universidades “emparedadas” não almejam nem têm condições de propiciar poderão marcar de fato o fim de escolas e faculdades que obedecem a padrões seculares e tradicionais de ensino. O projeto é do empreendedor Bob Nelson, que pretende renovar o conceito de universidade. A ideia é mesclar encontros presenciais e sistemas de ensino online em diversos países por meio da utilização de uma didática radicalmente nova para "substituir" o modelo da universidade tradicional. Nelson quer provocar uma revolução no ensino superior atuando na elite social. Ele lançou uma estratégia de marketing provocativa com apelos promocionais persuasivos no site do Minerva, quais sejam:
- Uma educação construída para você – Minerva oferece um ensino de graduação original. A experiência intensiva quatro anos é deliberadamente concebida para melhorar o seu crescimento intelectual e prepará-lo para o sucesso em rápida mutação no contexto do global de hoje.
- Experiência única. Imersão global – O mundo precisa de cidadãos globais com conhecimentos de diversas culturas. Os alunos vão vivenciar experiências vibrantes em até sete das maiores cidades do mundo[2], enquanto obtém acesso a uma riqueza de recursos educacionais muito além daqueles disponíveis em um ambiente de um campus universitário tradicional.
- Educação em todos os níveis durante a vida – Diferentemente do passado, quando os requisitos profissionais em nível superior permitiam que as pessoas trabalhassem em empresas por trinta anos e depois se aposentassem, hoje todos sabem que elas passarão em sua vida profissional por várias empresas e atuarão em ocupações muitas vezes diversas de sua formação. Todos estão conscientes de que o aprendizado começa na escola fundamental e que vai até o fim da vida, isto é, que nunca termina.
- Interligação entre ensino médio e superior – Uma tendência nas escolas americanas é não mais separar as diversas fases do ensino (elementar, médio e superior) e permitir, por exemplo, que um aluno do ensino médio possa antecipar atividades ou disciplinas do superior e obter créditos válidos para a universidade.
- Interdisciplinaridade valorizada – A interdisciplinaridade será cada vez mais incentivada, para atender à complexidade do mundo. Assim, o estudante deve passar antes por todas as áreas do saber para depois escolher a sua preferida.
- Concorrência saudável entre instituições – A massificação do ensino superior incentivará a concorrência entre as instituições, levando-as a encontrar as melhores metodologias de aprendizado visando facilitar o trabalho em grupo e melhorar a comunicação entre pares.
- Flexibilização e ensino híbrido – A flexibilização dos planos curriculares exigirá maior aproximação entre ensino presencial e online. O ensino se tornará híbrido e a estratégia a ser utilizada dependerá do perfil do estudante. O encontro entre o mestre e o aprendiz estará sempre apoiado na solução de problemas.
- Potencialidade do ensino online – O ensino online se aperfeiçoará cada vez mais e sendo optativo se tornará uma modalidade com grande potencial. Isto porque colaborará para aprofundar o conhecimento e maximizar os recursos oferecidos pelas redes sociais e pelas diferentes mídias.
- Professor e tecnologias de informação e comunicação – As tecnologias de informação e comunicação servirão cada vez mais de esteio e de aprimoramento para os processos de aprendizagem o que obrigará os seus usuários a dominarem a sua utilização. Nesse contexto, entra o papel do professor como intermediário principal do processo de ensino-aprendizagem.
- Criatividade, inovação e empreendedorismo: diferencial competitivo – A criatividade, a inovação e o empreendedorismo deverão ser percebidos nos sistemas de ensino como diferenciais competitivos dos indivíduos, visando criar oportunidades agregadoras de valor à formação das novas gerações de estudantes e trabalhadores.